É isto que nos une e o motivo pelo qual somos os Caminheiros Monte da Lua

domingo, 26 de fevereiro de 2012

S. Julião, Lizandro, Ericeira


Hoje fizemos um percurso cheio de sensações, não só visuais mas sobretudo de dimensão. S. Julião, Foz do Lizandro, Ericeira são autênticos bilhetes postais.
Percecionei a importância de Portugal no mundo. O nosso destino histórico tem sido o mar e penso que é nele que deveremos ancorar a nossa economia e a união com outros povos. Senti a poesia da evasão.
Contrariando essa ideia de evasão e liberdade que a dimensão do mar me dá, lembrei-me da fuga de D. Manuel II para o exilio e fui transportado para o dia 5 de Outubro de 1910. Imaginei D. Manuel II, a rainha D. Amélia e a sua avó D. Maria Pia a zarparem do porto da Ericeira e pensei que se tivesse vivido naquele tempo não suportaria a pequenez do ato.
Mas de todos os pensamentos que há medida que caminhávamos me assolavam, e que me encheu as medidas foi o de sentir as águas frias do Lizandro nos meus pés. É verdade! Tivemos de fazer uma pequena travessia e, ao contrário da informação que eu tinha que eram águas paradas e turvas, encontrei águas límpidas e cristalinas. Gostei.
Rumámos em direção à Ericeira, através de paisagens “bilhete-postal”. No percurso sente-se o ar saudável. Vê-se pessoas a passearem, a movimentarem-se, a usufruírem da natureza. Sente-se felicidade.
Chegados à vila da Ericeira fizemos uma paragem para um lanche rápido e mais uma vez do morro onde se perde a vista no horizonte marítimo lembrei-me da fuga... esta ideia perseguia-me. Deve ser por eu não considerar a desistência como um ato muito nobre. Mas... a conversa com os companheiros de viajem depressa fizeram-me voltar ao nosso passeio.
Seguimos o nosso destino e parámos na casa Morais para uns "recuerdos" gustativos. A compra de "ouriços". Confesso que não conhecia esta dos "ouriços". Conhecia as areias da Ericeira (bolos típicos). Mas os "ouriços"...
Para os companheiros que, tal como eu se interrogaram do motivo dos "ouriços" aqui vai uma explicação extraída do sitio da vila de Ericeira: "Reza a lenda que o nome Ericeira significa, na origem, "terra de ouriços", devido aos numerosos ouriços do mar que abundavam nas praias. No entanto, investigações mais recentes apontam o ouriço-cacheiro e não o do mar como inspirador do nome. Com a descoberta de um exemplar do antigo brasão da Vila, hoje no Arquivo-Museu da Misericórdia, confirmou-se que o animal ali desenhado é, de facto, um ouriço-cacheiro."
Entretanto reencontrámos os companheiros que não atravessaram o rio Lizandro, em virtude de alguns deles estarem engripados e outros não arriscarem uma constipação. Fizeram o percurso pela ponte do Lizandro e através do nosso timoneiro Luís, marcámos encontro no centro da vila de Ericeira.
Regressámos todos juntos pela ponte do Lizandro e observámos a beleza do serpentear do rio pelo vale e a sua ligação ao mar. Mais um extraordinário “bilhete-postal”. E de “bilhete-postal” em “bilhete-postal” chegámos ao ponto de partida.
Feito este breve relato espero que outros companheiros escrevam o que lhes vai na alma. Experimentem. Vão gostar. E estou certo que os "caminheiros monte da lua" também. Não tenham medo.
A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore,dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!
Arnaldo Jabor

O percurso gravado pelo timoneiro Álvaro Almeida

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Barragem do Rio da Mula


Cabe-me a mim iniciar as narrativas e desenvolver a história da nossa viagem neste dia frio e cheio de sol. Espero que noutras viagens outros companheiros participem e construam os seus relatos, pois a nossa força é a força de todos.
Hoje o nosso destino, na semana dos namorados, cruzou-se com a paisagem do namoro, da paixão e do romantismo, Sintra. Mais concretamente a sua esplendorosa Serra.
Com inicio na Barragem do Rio da Mula, barragem localizada na serra de Sintra, passa perto de Sintra e Cascais. Trata-se da única albufeira do concelho de Lisboa, oferecendo paisagens de grande beleza, convida não só a observar a sua imponência, mas sobretudo convida a desfrutar de toda a natureza envolvente. Foi o que fizemos.
Como já foi referido o percurso teve o seu início na Barragem. Daí subimos por estradões de terra batida, mas a irreverencia do Luís levou-nos a entrar em trilhos, saltar por portões e de novo estradões até chegarmos novamente à barragem.
Cantando e rindo explorámos os sabores da serra, conseguindo assim com todo o prazer, abraçar a riqueza histórica e beleza natural da Serra de Sintra e do Parque Natural Sintra-Cascais.
Segundo a informação divulgada pelo PNSC, o Parque Natural Sintra-Cascais é um parque natural de área protegida na Serra de Sintra. Estende-se desde a zona de Sintra até às zonas da praia do Guincho e do Cabo da Roca. Divide-se em duas zonas distintas: a zona agrícola com vista a produzir fruta e vinho, e a zona costeira, com praias, falésias e dunas.
Neste parque encontra-se uma floresta primitiva com quase todas as espécies de Quercus, entre elas o carvalho-roble e o carvalho-negral. Encontram-se também eucalipto, pinheiro-bravo, choupo, salgueiro e acácia. Em termos de fauna, o parque tem aves de rapina como o falcão-peregrino, a coruja-das-torres, o gavião, o açor e a águia-de-bonelli. Encontram-se aves marítimas como gaivotas e pardelas.
Dos répteis e anfíbios fazem parte a salamandra-de-pintas-amarelas, o sapo-parteiro, a víbora-cornuda e o tritão-de-ventre-laranja. Encontram-se mamíferos como raposas, toupeiras e ouriços.
Foi um passeio muito agradável. O dia estava solarengo mas frio. O calor humano, divertido e de grande companheirismo que se transmite é, de toda a beleza que se observa nesta paisagem fabulosa, o elemento mais significativo.
Para terminar permitam-me enaltecer o espírito do nosso timoneiro Luís Morais. Sem ele "esta coisa" seria muito mais difícil. Obrigado Luís!